domingo, 26 de fevereiro de 2012

A Oblata - Capítulo 1

Bom, queridos agnitellurianos, prometi mudanças, e mudanças vocês terão.
Venho lhes apresentar o que, talvez, seja o começo de uma nova aventura.

"A Oblata" é o novo projeto de "Ana Macedo", dessa vez muito mais perto da nossa realidade.
 A história relata a vida de Eliza, uma garotinha de 8 anos que não é uma criança comum. Desde seu nascimento a garota apresenta alguns sintomas tidos como "esquisitos" por todos médicos em que ela se consulta. Mas tudo se complica quando aos seis anos a menina aprende a voar, despertando grande interesse de pessoas perigosas.



" Capítulo 1
 Aos olhos de qualquer pessoa, aquilo não passava de um assalto. Uma garotinha de cabelos castanhos e desgrenhados corria de um par de homens engravatados, que tentavam, sem sucesso, passar pela multidão apressada.
 Era uma segunda feira e aquela era a Avenida Paulista. Para uma garotinha pequena, magricela e esperta, aquele era o melhor lugar para fugir de uma perseguição. Ela tentava pensar como se fosse apenas uma brincadeira de pega-pega. Mesmo que fosse difícil, isso lhe ajudava a espantar o pavor que dificultava sua respiração.
 Essa era a vantagem da pequena Eliza. Com seus oito anos, podia esquivar-se mais eficientemente entre as pessoas devido ao seu tamanho. Se conseguisse afastar-se cerca de dez metros dos brutamontes, provavelmente não seriam capazes de encontrá-la. Forçou suas pernas e parou de pedir licença – falar só lhe tirava o fôlego e delatava sua localização mais facilmente – passando só a empurrar as pessoas e esgueirar-se por elas.
 Passou por entre as pernas de um homem alto, que a olhou confuso, mas ela não notou. Precisava fugir. Precisava sair dali.
 Um amontoado de gente saia de um dos bancos, provavelmente para almoçar. Seu estômago gemia de faminto, mas ela não podia pensar nisso agora. Se fosse pega, suas preocupações seriam bem piores do que a fome.
 Olhou para trás, procurando seus perseguidores, e não pôde encontrá-los. Isso era o suficiente. Segurou com força a bolsa que carregava e o coelhinho de pelúcia, que sempre carregava consigo, virou o corpo, num movimento brusco, e, sem diminuir o ritmo de sua corrida desenfreada, entrou em uma rua menos movimentada. Correu ainda alguns metros, e quando já estava parando uma mão gélida puxou-a para o lado, jogando-a para dentro de algum lugar.
 Eliza perder o equilíbrio, tropeçou nas escadarias, bateu de joelho em um degrau e foi jogada alguns metros adiante. Ouviu a porta bater, abafada pelo pulsar de ser coração, que parecia bater forte por todo seu corpo. Suas pernas, seu joelho, seus pés, sua cabeça, seus ouvidos, sua garganta... seu peito. Tudo parecia confuso. Seus olhos permaneceram fechados e ela chorava baixinho, sentindo o liquido quente de cheiro metálico escorrer por seu joelho machucado e sua testa.
 O que ela tinha feito para merecer tudo isso? Queria apenas ser uma criança normal, como todas as outras, que só corriam para não apanhar dos pais ou brincar com os amigos. Por que ela tinha que correr desses homens estranhos? Por que era tudo tão confuso e por que havia tanta dor?
 As mãos frias voltaram a encontrar sua pele, tocando-a muito suavemente, analisando o machucado em sua testa.
- Desculpe por isso – a voz era de um menino, uma criança, assim como ela – é que eles já estavam alcançando essa rua, e fiquei com medo que pudessem te ver – Eliza perguntou-se como ele sabia disso, e como tivera tanta força para puxá-la para dentro, mas estava fraca, cansada e dolorida, então preferiu não manifestar nenhuma objeção.
Se ele dizia a verdade, estava mais segura ali, onde que quer “ali” fosse, do que na rua.
 Eliza deixou a bolsa cair no chão, e apertou Coronel Bunny com força. Que bom que ele ainda estava ali."



E ai agnitellurianos, o que acharam?

ATENÇÃO: só estou postando aqui, porque amanhã já recebo os direito oficiais sobre o texto, então, eu não me arriscaria a copiar sem permissão.

4 comentários:

  1. Esse foi outro sonho seu?

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    1. Foi sim ! aiuHauihAUIhA... Mas dessa vez sonhei com o fim da história. Quer dizer, pelo menos lembro só do fim ;x Ai tô criando todo o resto né. qq

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  2. Como sempre perfeito, Ana! <3

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  3. adorei o capítulo 1 *-* Prabéns e sucesso!


    http://just-livros.blogspot.com/
    bjos

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